sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Leitura e os PCNs

Leitura e os Parâmetros Curriculares Nacionais

Práticas de leitura:

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a leitura possui uma função de extrema importância no ensino-aprendizagem dos alunos, uma vez que a partir do desenvolvimento da sua competência leitora esse aluno poderá tornar-se proficiente em todas as disciplinas.

Essa competência, por sua vez, será construída pelas práticas de leitura presentes dentro da sala de aula, com a finalidade de formar leitores e produtores de textos aptos para o manejo claro e definido de diversos gêneros textuais.
 
Segundo as orientações dos PCNs:

“Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de formas a atender a essa necessidade”.(PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, 1998; p. 15).

As atividades de leitura espontânea e de contar aos colegas o livro lido são sugeridas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais:
 
“O professor deve permitir que também os alunos escolham suas leituras. Fora da escola, os leitores escolhem o que lêem. É preciso trabalhar o componente livre da leitura, caso contrário, ao sair da escola, os livros ficarão para trás”. (PCNs, 1998; p. 17)

Outro aspecto destacado pelos PCNs é que a escola “deve organizar-se em torno de uma política de formação de leitores. Todo professor, não apenas o de Língua Portuguesa, é também professor de leitura”.

É importante destacar que as duas atividades mais comuns relacionadas à leitura em sala de aula, ler em voz alta e fazer perguntas de compreensão do texto, não ensinam de fato a ler. Para tanto, algumas tarefas específicas podem ajudar e cabe ao professor planejar suas aulas, de acordo com a realidade e a necessidade dos seus alunos para maior aproveitamento no processo de ensino-aprendizagem.
Sendo assim, para formar um leitor competente faz-se necessário compreender o que lê e que saiba posicionar-se na busca de informações implícitas, que se ancoram nos dados não fornecidos pelo autor. Para isso, esse leitor precisa de práticas constantes de leitura de textos diversos que circulam socialmente.

Tratamento didático:

O tratamento didático que a leitura precisa dentro da sala de aula, segundo os PCNs, refere-se à maneira como a leitura foi e está sendo exercitada, isto é, se for usada como objeto de aprendizagem, é necessário que ela faça sentido para o aluno, afastando-se, assim, daquele ensino em que o aluno/leitor não vê referência e nem sentido naquilo que lê.
Os PCNs fazem uma ressalva em relação à formação do leitor:
 
“Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola (...)”.(PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, 1998; p. 15).
No entanto, ao perceber que esses leitores não possuem referências de leitores em casa, esse foco deve ser muito mais explorado. Assim, o trabalho com a diversidade textual permitirá formar leitores competentes.

aprendizado inicial da leitura




Aprendizado Inicial da Leitura:

Pelas recomendações dos PCNs (1998), no aprendizado inicial da leitura a primeira abordagem a ser excluída é aquela que vê a leitura simplesmente como decodificação de códigos. Por causa dessa formação deficitária, temos milhares de leitores que apenas sabem decodificar qualquer tipo de texto, porém não atribuem nenhum sentido a eles.

O leitor deve ter noção de que ao se ler é possível refutar ou confirmar as informações que ficaram claras ou não. Para isso, ele deve possuir condições ao iniciar sua leitura de construir hipóteses em relação ao título do texto, além de saber fazer uso de inferências, a partir do contexto ou do conhecimento prévio que possua do assunto tematizado.
Somente uma prática ampla de leitura promoverá um resultado eficiente, pelo contato constante com os mais diversos textos que facilitarão esse ensino-aprendizagem, e para que o leitor não se trave na leitura de materiais didáticos que não o levam à interação com o texto. No contexto escolar, a interação com outros leitores criará a oportunidade de vivenciar outros pontos de vista em relação ao mesmo tema lido.
O contato com outros leitores experientes promoverá o contato, de fato, com momentos válidos de leitura, propiciando a interação com a diversidade textual. Cabe ao professor mediar essa interação entre os leitores, podendo também constituir-se como “modelo”. Um professor apaixonado pela leitura é capaz de tornar seu aluno um leitor que sabe construir ativamente o significado de um texto, de acordo com o objetivo da sua leitura. Para isso, o material selecionado deve ser adequado ao leitor, tornando a aula de leitura um momento de contato prazeroso com a linguagem.

Segundo os PCNs, é necessário mostrar ao leitor que a leitura não é simplesmente uma disciplina da sua grade curricular escolar. Em outras palavras, o leitor deverá perceber que a leitura está presente em todas as esferas sociais e que a leitura como prática social corresponde a um objetivo delimitado. Portanto, a leitura não deve e nem pode ficar restrita a uma atividade presa à esfera escolar, mas sim como catalisador de suas relações sociais.
Então, uma prática constante de leitura na escola deve admitir diversas leituras, contrariando a antiga idéia de leitura única. Cabe ao professor permitir e incentivar diferentes leituras do mesmo texto, ou seja, realizar um trabalho que faça seu aluno consolidar as estratégias de leitura, confirmando ou refutando suas hipóteses. A verificação dessas estratégias possibilitará ao professor avaliar o sentido constituído pelo aluno.
Assim, o desafio a ser driblado é:
“Para tornar os alunos bons leitores — para desenvolver, muito mais do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura —, a escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los confiantes, condição para poderem se desafiar a "aprender fazendo". Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não é uma prática pedagógica eficiente.” (PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, 1998; p. 17).

Entendemos que para tornar o aluno um bom leitor, cabe ao professor mobilizá-lo para ler, construindo significados para a leitura de seus textos, de acordo com o objetivo da leitura, o repertório do aluno e a mediação que é efetuada.
Essas aulas de leitura deverão deixar de ser parte de um método tradicional, em que o aluno apenas decodifica as palavras presentes no texto, ou seja, as aulas de leitura não deverão ser simples aulas de alfabetização (ensinar a ler e escrever) para se tornarem aulas de leitura (construção de sentidos). Portanto, o aluno precisa perceber a necessidade diária da leitura nas suas relações sociais.
Enfim, formar leitores é uma tarefa árdua, mas necessária para que o leitor competente possa construir sentidos e estabelecer relações com os mais diversos gêneros textuais. Somente práticas de leitura favoráveis consolidarão essa tarefa. Assim, não se deve restringir a leitura somente aos recursos disponíveis dentro da sala de aula. Condições de leitura precisam ser adequadas ao público e à necessidade requerida.
 
Os PCNs sugerem algumas condições necessárias para o aprendizado inicial da leitura. São elas:

• Dispor de uma boa biblioteca na escola;
• Dispor, nos ciclos iniciais, de um acervo de classe com livros e outros materiais de leitura;
• Organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia. Para os alunos não acostumados com a participação em atos de leitura, que não conhecem o valor que possui, é fundamental ver seu professor envolvido com a leitura e com o que conquista através dela. Ver alguém seduzido pelo que faz pode despertar o desejo de fazer também;
• Planejar as atividades diárias garantindo que as de leitura tenham a mesma importância que as demais;
• Possibilitar aos alunos a escolha de suas leituras. Fora da escola, o autor, a obra ou o gênero são decisões do leitor. Tanto quanto for possível, é necessário que isso se preserve na escola;
• Garantir que os alunos não sejam importunados durante os momentos de leitura com perguntas sobre o que estão achando, se estão entendendo e outras questões;
• Possibilitar aos alunos o empréstimo de livros na escola. Bons textos podem ter o poder de provocar momentos de leitura junto com outras pessoas da casa — principalmente quando se tratam de histórias tradicionais já conhecidas;
• Quando houver oportunidade de sugerir títulos para serem adquiridos pelos alunos, optar sempre pela variedade: é infinitamente mais interessante que haja na classe, por exemplo, 35 diferentes livros — o que já compõe uma biblioteca de classe — do que 35 livros iguais. No primeiro caso, o aluno tem oportunidade de ler 35 títulos, no segundo apenas um;
• Construir na escola uma política de formação de leitores na qual todos possam contribuir com sugestões para desenvolver uma prática constante de leitura que envolva o conjunto da unidade escolar. (PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, 1998; p. 17)

Ainda segundo as condições descritas pelos PCNs, para a formação de leitores são necessárias propostas didáticas orientadas especificamente para torná-los leitores. Portanto, veremos algumas dessas sugestões de trabalho com o aluno que podem servir de referência para a geração de outras propostas.
 

leitura diária



1.1.4 Leitura Diária:

Os PCNs (1998) sugerem que o trabalho com a leitura seja diário. Conforme descrito nele, há inúmeras possibilidades para que isso ocorra, tais como:

• De forma silenciosa, individualmente;
• Em voz alta (individualmente ou em grupo), quando fizer sentido dentro da atividade; através da escuta de alguém que lê.
 

No entanto, alguns cuidados são necessários:

• Toda proposta de leitura em voz alta precisa fazer sentido dentro da atividade na qual se insere e o aluno deve sempre poder ler o texto silenciosamente, com antecedência — uma ou várias vezes;
 
• Nos casos em que há diferentes interpretações para um mesmo texto e faz-se necessário negociar o significado (validar interpretações); essa negociação precisa ser fruto da compreensão do grupo e produzir-se pela argumentação dos alunos. Ao professor cabe orientar a discussão, posicionando-se apenas quando necessário;
• Ao propor atividades de leitura convém sempre explicitar os objetivos e preparar os alunos. É interessante, por exemplo, dar conhecimento do assunto previamente, fazer com que os alunos levantem hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecer informações que situem a leitura, criar certo suspense quando for o caso, etc.;
 
• É necessário refletir com os alunos sobre as diferentes modalidades de leitura e os procedimentos que elas requerem do leitor. São coisas muito diferentes ler para se divertir, ler para escrever, ler para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, ler buscando identificar a intenção do escritor, ler para revisar. É completamente diferente ler em busca de significado — a leitura, de um modo geral — e ler em busca de inadequações e erros — a leitura para revisar. Esse é um procedimento especializado que precisa ser ensinado em todas as séries, variando apenas o grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos. (PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª, 1998; p. 18)

Leitura Colaborativa:

A segunda sugestão apresentada pelos PCNs (1998) é o trabalho de leitura colaborativa, uma vez que esse tipo de leitura proporciona e favorece a aplicação das estratégias de leitura já discutidas nos itens acima:
 

“(...) o professor lê um texto com a classe e, durante a leitura, questiona os alunos sobre as pistas lingüísticas que possibilitam a atribuição de determinados sentidos. (...) os procedimentos que utilizam para atribuir sentido ao texto: como e por quais pistas lingüísticas lhes foi possível realizar tais ou quais inferências, antecipar determinados acontecimentos, validar antecipações feitas, etc.” (PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, 1998; p. 18).
 

Os procedimentos dessa leitura colaborativa permitirão que o professor perceba o grau de conhecimento lingüístico que os alunos possuem para construção de sentido junto ao texto.

Projetos de leitura,atividades sequenciadas e atividades permanentes de leitura



Projetos de Leitura:

Pelos PCNs (1998), projetos de leitura são situações didáticas para o contato direto com os diversos tipos de atividades em que a linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionam de forma contextualizada, pois quase sempre envolvem tarefas que articulam esses diferentes conteúdos.
O texto na sala de aula deve propiciar ao leitor o contato com os meios de comunicação que circulam na sociedade. Um projeto de leitura propicia aos alunos a identificação de diferentes tipos de textos veiculados pelo jornal. Sendo assim, com a prática de leitura desse texto o leitor passará a interpretá-lo de acordo com o objetivo da leitura.
Cria-se uma situação de leitura por diversão e informação, além de promover a participação coletiva e a interpretação de outros leitores sobre o assunto tematizado.
 

Atividades Seqüenciadas de Leitura:

O trabalho de leitura seqüenciado, sugerido pelos PCNs (1998), refere-se ao desenvolvimento de uma prática de leitura constante. Essa atividade não tem uma proposta única, daí a oportunidade de discutir com os alunos qual tipo de leitura poderá ser aplicada. A proposta favorece a consolidação de estratégias de leitura que foram mediadas pelo professor na leitura. A partir dessas atividades seqüenciadas o professor também poderá acompanhar o desenvolvimento de leitura e adaptá-la aos interesses dos leitores, uma vez que não há um tema escolhido ou autor. Além de ser possível integrá-los aos projetos de leitura comentados acima.

Atividades Permanentes de Leitura:

De acordo com os PCNs, atividades permanentes de leitura são situações didáticas propostas com regularidade e voltadas para a formação de uma atitude favorável à leitura. Nesse momento de leitura, é considerado essencial o trabalho com outras formas de leitura. Uma leitura dramatizada, por exemplo, favorece a concentração e o interesse de uma sala que tem altos índices de indisciplina. O professor propõe determinados dias para que os alunos produzam algum material que remeta à leitura feita em sala de aula, comentem algum ponto de interesse e discutam dúvidas não esclarecidas. Por fim, sugere que os alunos de alguma forma incentivem outros colegas a lerem a mesma história que os entusiasmou tanto.

Leitura feita pelo professor



Leitura feita pelo Professor:

Os PCNs de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental vêem a leitura feita pelo professor como a maior oportunidade de contato com leitores proficientes e apaixonados pela leitura. O professor propicia o contato com leituras mais densas e que necessitam de um apuramento lingüístico mais desenvolvido.
 
Conforme os PCNs:
 
“A leitura em voz alta feita pelo professor não é uma prática muito comum na escola. E, quanto mais avançam as séries, mais incomum se torna, o que não deveria acontecer, pois, muitas vezes, são os alunos maiores que mais precisam de bons modelos de leitores”.(PCN de Língua Portuguesa de 5ª a 8ª Série, 1998; p. 19).
 

Sendo assim, uma prática de leitura em que o professor é modelo de leitor permitirá que seus futuros leitores vejam o poder da leitura em suas vidas e nas suas relações sociais. “Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever”. O objetivo da escola, exatamente, é deixar de ser um espaço de interpretação nulo, para se tornar um movimento ativo de construção de sentidos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

CANUTO, Maurício. Leitura: um contraponto entre a fala do professor e o silenciamento da voz do aluno. 2008 Monografia (Especialização) – Centro de Pós-Graduação, Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2008.

Parâmetros Curriculares nacionais: Língua Portuguesa: primeiro e segundo ciclos / Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3. ed. – Brasília : A Secretaria, 1998.
Escrito por Maurício Canuto


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

cartaz da Campanha da Fraternidade 2014



Significado do cartaz da Campanha da Fraternidade 2014:

1-O cartaz da Campanha da Fraternidade quer refletir a crueldade do tráfico humano. As mãos acorrentadas e estendidas simbolizam a situação de dominação e exploração dos irmãos e irmãs traficados e o seu sentimento de impotência perante os traficantes. A mão que sustenta as correntes representa a força coercitiva do tráfico, que explora vítimas que estão distantes de sua terra, de sua família e de sua gente.

2-Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. A sombra na parte superior do cartaz expressa as violações do tráfico humano, que ferem a fraternidade e a solidariedade, que empobrecem e desumanizam a sociedade.

3-As correntes rompidas e envoltas em luz revigoram a vida sofrida das pessoas dominadas por esse crime e apontam para a esperança de libertação do tráfico humano. Essa esperança se nutre da entrega total de Jesus Cristo na cruz para vencer as situações de morte e conceder a liberdade a todos. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1), especialmente os que sofrem com injustiças, como as presentes nas modalidades do tráfico humano, representadas pelas mãos na parte inferior.

4-A maioria das pessoas traficadas é pobre ou está em situação de grande vulnerabilidade. As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens e crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade e por meios violentos. (Fonte: CF 2014)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Apresentação da CF 2014

Apresentação da CF 2014A liberdade nos foi doada na cruz de Cristo. Ele nos libertou e, por isso, concedeu-nos participar da plenitude de sua vida. Na morte, deu-nos a vida; no sofrimento, conquistou para nós a plena liberdade dos filhos e filhas de Deus.

O tempo quaresmal, por ser tempo de conversão, possibilita o caminho da verdadeira liberdade. Os exercícios quaresmais do jejum, da oração e da esmola nos abrem silenciosamente para o encontro com Aquele que é a plenitude da vida, com Aquele que é a luz e a vida de toda pessoa que vem a este mundo (cf. Jo 1,10). Jejum, muito mais do que uma privação, é esvaziamento, uma expropriação; tentativa de deixar-nos atingir pela graça da liberdade com que Cristo nos presenteou. O jejum abre o nosso ser para a receptividade da vida nova, da liberdade. A oração é a exposição de quem espera ser atingido pela misericórdia d'Aquele que nos amou primeiro e até o fim (cf. Jo 4,10). A esmola é o amor partilhado; é deixar-se tomar pela dinâmica da caridade; é sair de si mesmo; é deixar-se tocar pela presença do outro, especialmente do mais necessitado.

No caminho de conversão quaresmal, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos apresenta a Campanha da Fraternidade como itinerário de libertação pessoal, comunitária e social.
Tráfico Humano e Fraternidade é o tema da Campanha para a quaresma em 2014. O lema é inspirado na carta aos Gálatas: "É para a liberdade que Cristo nos libertou" (5,1). www.portalkairos.net
O tráfico humano é o cerceamento da liberdade e o desprezo da dignidade dos filhos e filhas de Deus.
Jesus recorda que o conhecimento da verdade liberta: "conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres"
(Jo 8,32). A verdade liberta, pois traz à luz o sentido da grandeza, da beleza, da dignidade da pessoa humana. Ser filho, filha de Deus é a verdade que liberta, torna livres, deixa viver na liberdade! A liberdade deixa entrever a dignidade única e transparente da pessoa humana. Todos os laços, amarras que impedem a liberdade desfiguram o homem e a mulher criados à "imagem e semelhança de Deus" (cf. Gn 1,26). O tráfico humano é um dos modos atuais da escravidão.

O tráfico humano de hoje é, certamente, fruto da cultura em que vivemos. A Campanha da Fraternidade, ao trazer à luz este verdadeiro drama humano, deseja despertar a sensibilidade de todas as pessoas de boa vontade. "A cultura do bem-estar, que nos leva a pensar em nós mesmos, torna-nos insensíveis aos gritos dos outros; faz-nos viver como se fôssemos bolhas de sabão: são bonitas, mas não são nada, são pura ilusão do fútil, do provisório. Esta cultura do bem-estar leva à indiferença a respeito dos outros; antes, leva à globalização da indiferença. Neste mundo da globalização, caímos na globalização da indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro; não nos diz respeito, não nos interessa, não é responsabilidade nossa!" (Papa Francisco, Lampedusa, Itália, 8 de julho de 2013)

O tráfico humano viola a grandeza de filhos, destrói a imagem de Deus, cerceia a liberdade daqueles que foram resgatados por Cristo. As comunidades, as famílias, as pessoas certamente buscarão superar a globalização da indiferença em relação ao tráfico humano.

Provavelmente, diante do desespero das pessoas traficadas, despertaremos para o "padecer com". E, assim, não seremos tomados pela globalização da indiferença que nos tirou a capacidade de chorar (cf. Papa Francisco, Lampedusa, Itália, 8 de julho de 2013). www.portalkairos.net

"Peçamos ao Senhor a graça de chorar pela nossa indiferença, de chorar pela crueldade que há no mundo, em nós, incluindo aqueles que, no anonimato, tomam decisões socioeconómicas que abrem a estrada a dramas como este" (Papa Francisco, Lampedusa, Itália, 8 de julho de 2013). www.portalkairos.net
Maria das Dores nos acompanhe no caminho de conversão! Jesus Cristo crucificado-ressuscitado, que nos libertou do pecado e da morte, anime nossos passos na participação em sua morte e ressurreição.
A todos, irmãos e irmãs, famílias e Comunidades, uma abençoada Páscoa.

Fonte: http://www.portalkairos.net/campanhadafraternidade/2014/campanhadafraternidade2014_historiacf2014.asp#ixzz2t9qyTnTw

Cartaz da C.F. 2014


Campanha da Fraternidade 2014

Tema: Fraternidade e Tráfico Humano

Lema: Para Liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1) 


Fraternidade e Tráfico Humano - CF 2014

Ojetivos desta Campanha da Fraternidade

Objetivo Geral

Identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus.

Objetivos específicos

1. Identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem com essa exploração.

2. Denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico humano.

3. Reivindicar, dos poderes públicos, políticas e meios para a reinserção das pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar e social.

4. Promover ações de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico.

5. Suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana.

6. Celebrar o mistério da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o cuidado às vítimas desse mal


Fonte: http://www.portalkairos.net/cf2014/#ixzz2t9orl75J